quarta-feira, 30 de abril de 2008

A criatividade foi pro ralo.

Há dias estou ensaindo este artigo na minha cabeça. Confesso que a preguiça de escrevê-lo a noite e a quantidade de trabalho na agência durante o dia, retardaram esta iniciativa. Bom, mas agora não há mais desculpas e vou tocar em frente.

Nas últimas semanas, principalmente por causa da 22ª semana de criação publicitárias, li muito a respeito do comparativo entre a propaganda brasileira e argentina. O que percebi é que nossos hermanos aprenderam a respeitar a sua criatividade e sairam do formato 30 ou 60 segundos. Hoje não se faz mais propaganda apenas nestes formatos, pois é preciso saber contar a história toda para gerar impacto ao cliente. Envolvê-lo!!!

Meu conhecimento sobre o trabalho criativo dos argentinos é pequeno, mas também não pretendo dizer aqui quem é o melhor ou o pior e sim, comentar sobre alguns comerciais feitos por aqui. Filmes estes, que ao meu ver, deixaram a criatividade guardada à sete chaves, sob pena de morte, caso alguém chegasse perto.

Antes de mais nada, não quero colocar em xeque a criatividade do Washington Olivetto (bombril) e Nizan Guanaes (parmalat). São os publicitários que mais admiro no mundo. E a fórmula criada por eles no passado foi um tremendo sucesso. Eu disse passado, foi-se, já era, vamos pensar coisas novas, etc...

Alguém pode argumentar que os personagens (Carlos Moreno e os bichinhos da Parmalat) voltaram porquê as pesquisas indicaram boa receptividade pelo target. Tudo bem, os personagens marcaram nossas cabeças na época, mas será que o efeito é o mesmo agora. Simplesmente vejo o “novo” comercial na tv e tenho a sensação de que desliguei a tv ontem e acordei alguns anos no passado.

Sei que esta é uma crítica muito particular, as vezes muito mais focada na marca (cliente) do que na própria agência. Vejo o comercial e a primeira coisa que me vem à cabeça é: Por que o cliente deixou isso passar? Por que o cliente não aposta no novo e deixa o passado de lado? Por mais que este passado tenha sido maravilhoso para a marca. Os tempos são outros!!!

A analogia escolhida para dar pano de fundo à estas comparações são os filmes consagrados no passado e relançados agora, na tentativa descarada de ressucitar alguns atores. O pior pra mim são os filmes com o Stallone. O cara já passou da idade, de repente agora seja a hora de fazer um filme mais maduro, de acordo com a experiência dele (sem explosões e mortes bizarras). Não é possível alguém aceitar rodar um filme, sem roteiro e história. Na boa, ele falou menos do que o Rodrigo Santoro no filme As Panteras. É lamentável.

Precisamos aprender a contar histórias, sem ter o rabo preso com nenhuma mídia. Arriscar em nossa profissão é a coisa mais alucinante que há. É verdade que acontecem erros, mas quando se acerta... Meu Deus, sai uma puta história, que se propaga sem muito esforço. Lembrem-se, estamos na era da web 2 ponto alguma coisa, portanto, conteúdo bom é conteúdo ao alcance de todos.

Um bom feriado pra todo mundo.

Comercial Pinho Brill (2008)


Comercial Parmalat (mamíferos crescidos)

Um comentário:

❀ Marcela Sacchi ❀ disse...

Olá Fe,

Muito legal tocar nesse tema. Muitas agências ainda apostam em propagandas que deram certo no passado para continuar suas campanhas atuais. É um tema para se discutir e ver até que ponto isso tem relevância. Muitos podem até achar legal, mas acredito que atualmente as pessoas estão em busca de coisas novas, propagandas inovadoras que fazem a diferença e se destacam das ''comuns''. Está faltando criatividade em expressar idéias novas e conquistar a atenção do público da mesma forma com que essas propagandas da Bom Bril e da Parmalat conseguiram atingir seu objetivo.
É isso aí, precisamos inovar e explorar nossa criatividade.

bjos Fe